O Resgate do Sagrado Feminino, você sabe o que é?

Como o resgate do sagrado feminino começou?

A Jornada através da busca pelo Sagrado Feminino, nos leva a refletirmos sobre o nosso passado distante, nosso presente, nosso futuro e ainda daquilo que deixaremos para aqueles que nos procederem. Como nos conta a História e nos comprovam os estudos arqueológicos, houve um tempo em que uma cultura “matrifocal” regia nossa civilização.

Matrifocal pelo fato de não permitir diferenças hierárquicas entre homens e mulheres. As relações não eram baseadas no poder, havia coletividade entre os indivíduos, não havia espaço para guerras, ameaças e destruição de seus semelhantes. A vida dos indivíduos era regida pela natureza a Terra era considerada a “Grande Mãe”, aquela que nutria e dava sustento para a todos.

Nestas sociedades primordiais, a natureza era ” sagrada”, a Terra era adorada como uma Deusa, aquela que tem o poder da vida-morte-vida. Não havia destruição desmensurada ou morte desnecessária, respeitava-se os ciclos da natureza. Analisando esta relação “indivíduo-natureza” nos dá base para analisarmos a relação “indivíduo-sociedade” como conhecemos hoje.

A autora Riane Eisler, uma grande arqueóloga dos tempos atuais, em sua obra “O Cálice e a Espada”, analisa as relações entre patriarcado e religiões monoteístas, tendo como base pesquisas e descobertas de cunho arqueológico, sustenta que na pré-história, povos nômades, invasores e violentos, introduziram deuses patriarcais em povos que mantinham em suas concepções culturais, compreensões religiosas baseadas no culto e na adoração de “deusas”. (EISLER, 2007)

Uma sociedade de parceria

Para a autora, estes povos constituíam-se em sociedades de parceria. Estas sociedades, desde a perspectiva de gênero, não eram sociedades patriarcais, pelo contrário, além de não haver violência ou  agressão, não havia guerras, disputas, desigualdade social e principalmente, dominação masculina.

Desde sempre o que ouvimos é que a humanidade é mais masculina, afinal a maioria dos inventores, cientistas, filósofos, escritores, músicos, artistas e gênios que nos são ensinados na escola foram homens e mesmo considerando a existência de algumas mulheres na história, não aprendemos sobre elas.

Buscando explicação para esta ausência feminina, conclui-se que as mulheres estariam ausentes por terem sido duramente reprimidas. Riane Eisler não apenas não se convenceu da ensinada superioridade biologica do macho, encontrando provas de que nem sempre foi assim, como utilizou essas novas evidências para mostrar que o único caminho para uma sociedade igualitária é pela igualdade entre os sexos.

Se você se pergunta: como despertar o Sagrado Feminino? Saiba mais nesse vídeo 

Em seus achados, Eisler mostra que civilizações anteriores ao período da antiguidade clássica eram governadas por mulheres. Além disso, ela vai mais longe afirmando que “Essas civilizações, ao contrário do que se afirma não oprimiam o sexo masculino, mas matinham com ele, uma relação não hierárquica”. (EISLER, 2007)

Interessante que os dados apontados em seu livro, não só quebram de vez a concepção sócio biologista da superioridade do masculina, como quebram a concepção de que sociedades não hierárquicas não são possíveis, por que nunca teriam acontecido na história. Um elemento de suma importância na obra “O Cálice e a Espada” são os dois modelos básicos de sociedade fundamentados na “teoria da transformação cultural”.

O primeiro, que eu denominaria modelo dominador, é popularmente chamado patriarcado ou matriarcado – a supremacia de uma metade da humanidade sobre a outra. O segundo, no qual as relações sociais se baseiam primordialmente no princípio de união em vez da supremacia, pode ser melhor descrito como modelo de parceria. Neste modelo – a começar pela mais fundamental diferença de nossas espécies, entre macho e fêmea – a diversidade não é equiparada à inferioridade ou à superioridade.  Riane Eisler 

 

Apesar de prosperarem por milênios, essas sociedades acabaram por serem destruídas por invasões de povos belicosos provindos do norte. Foi nesse momento que as concepções de superioridade e força da guerra passaram a prosperar e que tudo na natureza foi transformado em masculino. É a partir daí que aprendemos a história, sendo tudo que existiu antes considerado como pré história.

Patriarcado

E há muito tempo vivemos anos de patriarcado, séculos onde a mulher foi colocada numa posição de dependência e alienação. A vida foi sendo moldada pelos usos que fizemos da natureza, as relações entre os indivíduos foi se concretizando de acordo com o que homens e mulheres aprendiam em seu ambiente e da interação com estes.

Quando a mulher não está conectada com sua essência feminina sagrada, não permitimos uma relação íntima entre a mulher e a natureza, nos tornamos estéreis em nossas relações entre nós e o meio que habitamos. Hoje, nossa sociedade é reflexo desta distorção de valores, muitos grupos e pessoas isoladas lutam para reverter este quadro.

Muitos teóricos nas mais diversas áreas: sociologia, psicologia, antropologia, história, entre outras, estão buscando a cura da sociedade através do “ estudo do feminino“.

O conceito de feminino definido aqui é aquele descrito por Monica Von Koss.

Quando falo do ” feminino” não me refiro exclusivamente às mulheres. Não falo de anatomia, mas de uma atitude diante da vida, possível de ser manifestada por todas as pessoas. Pelo fato de estarmos vivendo há tanto tempo imersos em uma cultura na qual predomina absoluta a polaridade masculina da divindade, necessitamos revalorizar a polaridade feminina, recuperando seus valores, para alcançar um equilíbrio, antes que possamos transcender esta dualidade”. Monica Von Koss

Sendo assim, esta revalorização da polaridade feminina nos leva ao caminho da Deusa, o conhecimento profundo, a intuição; é falar sobre todas as mulheres que vieram antes de nós, colher suas histórias, seus desejos, seguir as pegadas deixadas por nossas ancestrais.

Falar sobre o feminino demostra a força que tal fenômeno tem em nossas vidas, esta conscientização possibilita devolver a cura ao nosso planeta, com isso voltaremos a perceber que estamos interligados numa teia de relações; causa e efeito; estaremos sincronizados e envolvidos no movimento contínuo da vida, nas estações do ano, fases da lua, alinhados com a energia que envolve e transforma a tudo e a todos de modo espiralado.

Hoje, as mulheres estão se conscientizando sobre o seu papel e se descobrindo como um ser individualizado, com direitos e talentos, até então adormecidos; percebendo que não precisam perder sua essência para ser aceita na sociedade; ao contrário, a partir da aceitação de si mesma, ganha força, equilíbrio, empoderando e resgatando seu “Sagrado Feminino“.

Desejo profundamente que você possa resgatar sua essência feminina sagrada!

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Com Amor,

Michelle Terapeuta

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